sexta-feira, 10 de abril de 2009

Brasil espera por uma resposta do Paraguai sobre Itaipu



Até o final do mês, o governo brasileiro espera obter uma resposta do Paraguai à proposta de acordo na renegociação do Tratado de Itaipu. Entre as ofertas feitas pelo Brasil está uma linha de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de US$ 1 bilhão para projetos de industrialização no país vizinho.

Os recursos se destinam a compensar o Paraguai pelas perdas que o presidente Fernando Lugo alega que o país tem devido à exclusividade prevista para o Brasil na compra da energia excedente produzida pela Usina Hidrelétrica de Itaipu. Descontentes com os preços, os paraguaios exigem uma reforma do tratado.
A reunião entre o presidente Lula (PT) e o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, estava marcada para a última quarta-feira, dia 8, mas foi cancelada. De acordo com a assessoria do diretor geral da usina, Jorge Samek, o novo encontro acontece até o final do mês, com a vinda de Lugo a Brasília.

A oferta do Brasil inclui ainda o financiamento pelo BNDES de uma nova linha de transmissão de 500 quilovolts (Kv) e de uma nova subestação entre Itaipu e Assunção (valor estimado de US$ 400 milhões); dobrar o valor pago pelo Brasil pela Cessão de Energia não utilizada pelo Paraguai e a reserva de uma linha de crédito US$ 100 milhões para um fundo de desenvolvimento regional.
O governo brasileiro tem um rosário de argumentos para resistir às propostas de renegociação apresentadas por Lugo. Um deles é que o investimento foi todo bancado pelo Brasil.

O diretor-geral da usina cita, por exemplo, que Itaipu responde por 19% da energia elétrica consumida no Brasil e 90% da absorvida pelo Paraguai. Em 2023, quando a dívida da obra estiver quitada, os dois países terão em seu patrimônio uma empresa no valor de US$ 60 bilhões, acrescentou o diretor da Usina, destacando que a parte paraguaia de Itaipu corresponde a quase três vezes o valor do PIB de toda a economia do Paraguai, destacou.

“É unânime entre os visitantes estrangeiros a afirmação de que não existe um tratado tão justo quanto o de Itaipu”, declarou Samek, mencionando as delegações internacionais que visitam a usina para conhecer o projeto técnico e que ficam admirados com a construção diplomática, jurídica e política edificada entre os dois países para administrar o empreendimento.

O diretor da Itaipu lembra que a usina foi concebida para solucionar uma crise, já que parte da área inundada integrava uma centenária disputa de fronteiras. “Mas a partir do que, então, era um problema, Paraguai e Brasil criaram uma entidade que assegura absoluta igualdade de direitos aos dois lados”, afirmou.

A revisão do tratado de Itaipu foi uma das promessas de Fernando Lugo na campanha eleitoral que o levou à presidência do Paraguai em abril do ano
fonte paraná online

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